Em uma análise dos perfis metabólicos de mais de 400 mil bebês americanos, representando 17 grupos étnicos, pesquisadores encontraram diferenças surpreendentes entre os grupos étnicos que podem ajudar a tornar o rastreamento de distúrbios metabólicos hereditários, fibrose cística ou hipotireoidismo muito mais preciso do que os tradicionais rastreamentos de doenças genéticas.
Não é a toa que há anos os especialistas sugerem cautela na realização e interpretação de exames genéticos.
“Nós não queremos perder um bebê que potencialmente está doente e não queremos dar às famílias os custos e preocupações que podem resultar de um teste falso-positivo,” justificou o professor Scharfe (Univ. Yale), referindo-se às imprecisões dos testes baseados em DNA.
Avaliaram se essas diferenças étnicas poderiam ser detectadas em metabólitos, moléculas que fornecem energia ao quebrar alimentos ou tecidos corporais, como gordura, encontrados no sangue dos bebês.
Por ex. : embora haja clara distinção entre variantes genéticas de afro-americanos e americanos de ascendência europeia, os pesquisadores descobriram que metabolicamente esses 2 grupos estão mais intimamente relacionados. Entretanto, enquanto pessoas de ascendência japonesa e chinesa estão intimamente relacionadas geneticamente, os pesquisadores encontraram diferenças maiores em seus perfis metabólicos.
“Isso atesta o papel do ambiente na formação do nosso metabolismo”, disse Scharfe. “Onde as pessoas compartilham a mesma cultura e comida, os perfis metabólicos são mais semelhantes. Onde as pessoas são separadas por circunstâncias, como idioma ou estilo de vida, as diferenças no metabolismo são maiores do que as variações genéticas.”
“Este é apenas um 1º passo, mas entender nossa ancestralidade metabólica tem um futuro promissor”, disse Scharfe.
Fonte: https://www.sciencedaily.com/releases/2022/10/221017161110.htm