É muito comum o tipo de pergunta: posso comer XYZ? (complete com o que quiser). Digo que, se XYZ é importante para você, precisa caber na sua dieta. Sabe por quê?
Essas regras externas do tipo pode-não-pode, 8 ou 80, entrar nas caixinhas do certo X errado são insustentáveis.
Será viável se privar de algo que gosta muito para o RESTO DA VIDA porque disseram que não pode? Ou porque é errado? Ou não cabe na SUA dieta?
Você está morrendo de vontade de comer XYZ. Vai resistindo, pensando que NÃO PODE, é ERRADO. Se tortura até que chega um momento que pensa “quer saber? Vou chutar o balde! Vou comer, eu mereço!”
Como havia privação (perda, proibição, impedimento) agora os sentimentos vão para o extremo oposto:
“JÁ QUE eu vou comer, então vou me DESPEDIR…”
“JÁ QUE tem aniversário (Natal, Ano Novo) vou me despedir dos doces (bolo, torta, pão) depois eu volto certinho com a dieta”
“Já que tem buffet livre, preciso aproveitar tudo, depois não volto mais”
Deixa te contar uma coisa, não tem despedida! O mundo não vai acabar. o que você gosta não vai sumir do mundo. Também não será a última vez que você vai comer o que tanto gosta. Não será o último buffet livre que você vai. E também não tem volta! Não terá como voltar ao ponto onde estava antes da “despedida”. Pensar em fazer “certinho” é aquela ideia de que dessa vez vai ser tudo lindo. Isso é perfeccionismo e é irreal.
Pense: será que você ainda precisaria de despedidas se:
– tivesse ESCOLHIDO o que REALMENTE quer comer (e não se deixou levar pelo impulso, pela oportunidade)?
– tivesse planejado o momento (comer com calma, atenção plena, saboreando sua escolhe e o momento)?
– não houvesse julgamento de pode-não-pode, de certo X errado e com isso a culpa?
– não houvesse privação (que é diferente de algum limite)?
Entenda, o que precisa mudar e a forma de se relacionar com o ato de comer. Será necessário se conhecer, respeitar e entender seu corpo. Avaliar estado nutricional, aprender a reconhecer fome real, emocional, saciedade, satisfação. Treinar novos hábitos, rever crenças e mudar atitudes. Sem pressa. Não é projeto verão, é projeto vida.